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Fazer Bengala Eletrônica

Talvez você já tenha pensado em fazer uma bengala eletrônica para ser usada por deficientes visuais, ou porque tem algum deficiente visual na família ou porque conhece alguém que precisa de uma bengala, e se for uma bengala eletrônica, melhor ainda.

Pois bem, podemos usar material simples e acessível, afinal, a vida do deficiente visual já é complicada, sem a crise já seria difícil, imagina então com a crise econômica pela qual estamos passando.

Tenho interesse por qualquer novidade relacionada a eletrônica, e ultimamente pesquisei sobre bengala eletrônica e assisti algumas reportagens, e o que vi é muito papo furado e nada de prático e realmente acessível.

Cada um que se propõe a fazer alguma coisa está só pensando o lado financeiro dele mesmo, nada contra, eu também penso em ganhar dinheiro, afinal, é preciso viver.

Mas são muitos pedidos de muito dinheiro para financiamentos, que dizem ser para pesquisas, depois fornecem algumas bengalas para alguns deficientes e fica por isso mesmo.

Outro tipo de coisa que me deixa puto da cara é que aparecem filhinhos de papai e apadrinhados de gente que aparece na mídia todo dia prometendo fazer, aparecem na mídia, e depois que levam dinheiro e ficam famosos por alguns dias, ou somem ou ficam enrolando até que caia no esquecimento.

Não quero ficar famoso com o que estou divulgando, mas é preciso mostrar a mentira existente sobre o assunto, não dá para se aproveitar das dificuldades de terceiros, já que no comércio especializado uma bengala eletrônica custa os olhos da cara.

É um produto inacessível para quem realmente precisa, é muita falta de boa vontade, afinal, a deficiência visual só é realmente sentida por quem sofre com o problema, e a coisa piora porque na classe menos favorecida é que estão a maioria dos deficientes.

Me interessei pela bengala eletrônica quando um amigo ficou cego, desde então comecei a fazer experiências, e sem financiamento de ninguém, montei vários circuitos eletrônicos, fiz muitos testes com vários tipos de sensores, e concluí minha experiência com menos de mil reais.

Para minha própria surpresa, quando cheguei ao modelo ideal de circuito, descobri que o circuito já existe, é comercializado e é muito barato, me refiro ao circuito eletrônico e aos sensores.

Quando comentei com um amigo que é técnico em eletrônica sobre a descoberta, surgiu a hipótese de perda de tempo e de prejuízo, afinal, depois de várias montagens saber que não traria nenhum benefício, era frustrante, mas não é o que penso.

Acho melhor assim porque com o circuito sendo produzido em série para outra finalidade, dá para aproveitar e modificar para ser tornar uma bengala eletrônica com valor final extremamente baixo.

O sistema funciona através da tecnologia de ultrassom, é a mesma tecnologia usada nos radares móveis e nos radares da aviação, e nada de desconfiar, pois ele está ao alcance de qualquer um.

O funcionamento é simples: o sensor emite uma frequência sonora que o ouvido humano não consegue ouvir, quando a frequência emitida encontra um obstáculo, e esse obstáculo, além de ser uma barreira, age como um refletor, mandando a frequência de volta ao sensor.

Nos radares, o tempo de ida e volta da frequência é importante para calcular e distância ou velocidade, depende do tipo de aplicação, em todo caso, a distância entre o obstáculo e o sensor é calculada com base no tempo que o sinal leva para chegar ao obstáculo e voltar do obstáculo até no sensor.

Independente do tipo de aplicação e do tipo de sensor, o princípio de funcionamento dos sensores é o mesmo.

Feitas as devidas considerações, apresento o circuito eletrônico e os sensores para você mesmo fazer uma bengala eletrônica.

No caso da bengala eletrônica, o tempo que o sinal leva para voltar do obstáculo até o sensor não é relevante no que diz respeito a cálculos, mas são alguns milésimos de segundo, rápido o suficiente para avisar o deficiente visual.

Para a aplicação desejada, só precisamos da reflexão do sinal para gerar um sinal ou pulsos que terão como função avisar ao usuário da bengala que há um obstáculo próximo do sensor.

O interessado vai ter que adquirir um mínimo de componentes, ao invés de dificultar, optei por algo que é fácil de ser encontrado e tem valor bem acessível, trata-se de um vibracal, é aquele vibrador existente nos aparelhos de celular.

Qualquer oficina de celular vende, talvez até dê, ou pode ser retirado de um celular fora de uso, esse componente é importante porque é ele quem vai avisar ao deficiente que existe algum obstáculo, por isso deve ser instalado no cabo da bengala de forma que fique encostado nos dedos do usuário.

Ainda existe a possibilidade de usar o sinal sonoro, ele será inútil para o deficiente surdo, mas pode ser útil para outras pessoas, além disso, pode ser instalada uma chave que liga e desliga o sinal sonoro, na verdade, eu prefiro que o sinal sonoro esteja ativo, mas gosto é gosto.

Feitas as devidas considerações, apresento o circuito eletrônico e os sensores para você mesmo fazer uma bengala eletrônica.

Trata-se de um sensor de estacionamento, ele é de uso automotivo, e conforme eu já disse, o circuito já existe, está pronto e é comercializado.

O valor é acessível, e é só fazer a montagem de forma que ele que se comporte como uma bengala.

Não é preciso nem ser técnico em nada para executar a montagem.

Deixa eu esclarecer que usei um pau de selfie para meus primeiros testes, depois achei que seria melhor aumentar um pouco o tamanho da bengala, então usei pedaços de cano de água, fixando os sensores e passando os fios por dentro do cano.

O circuito eletrônico foi fixado logo depois da curva de 45 graus, os fios também foram enfiados para dentro do cano, também foi feito um cabo da bengala e nele foi fixado o vibracal de forma que ao pegar na bengala, o vibrador ficasse tocando os dedos do usuário.

As poucas soldas que devem ser feitas no circuito é para ligar em paralelo com o transdutor sonoro o vibralcal, quando o sinal sonoro for ativado pelo sensor, o vibracal treme, simples assim.

A alimentação do circuito é feita com 12 volts, o consumo é baixo, nos testes encontrei alguns sensores de estacionamento que funcionaram com 9 volts, facilitando a instalação de uma bateria de 9 volts, nos testes usei duas baterias de 4 volts em série e funcionou sem problemas, mas existem sensores de estacionamento que exigem 12 volts.

Optei por duas baterias de 4 volts cada para poder colocar dentro do tubo, se for usada uma bateria de 9 volts ele deve ser fixada na parte externa bem próxima da central.

Mas a maioria só funciona com 12 volts, aí, ou se coloca 3 baterias de celular em série ou deve ser usada uma bateria A23 (12v), e preferencialmente do tipo recarregável, enfim, o problema de alimentação do circuito é simples de resolver.

Os poucos pontos de solda a serem feitos são os de ligar em paralelo ao transdutor original do sensor de estacionamento, o motor do vibracall do celular, lembre que o motor é polarizado e por isso tem posição certa para ligação dos fios da alimentação, na imagem abaixo é mostrado como fazer a ligação:  o ponto 1 é o negativo e o ponto 2 é o positivo, se a ligação for feita invertida, o vibracall não funcionará, mas o restante do sistema funciona normal.

display_sensor

vibracal_celular

Lembrando que existem vários modelos de vibracall, o mostrado na imagem acima foi retirado de um aparelho galaxy y duos, os modelos da Samsung mais atuais usam modelos similares ao da imagem abaixo.vibra-call-motor-samsungEntão, mãos à obra…….

Assista ao vídeo caso exista dúvidas quanto ao funcionamento.

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