Sejam bem-vindos a mais um artigo dedicado a transformar a teoria em prática.
Ao longo dos meus mais de 20 anos de experiência com circuitos eletrônicos e projetos de radiofrequência, aprendi que o conhecimento prático é o que realmente diferencia o entusiasta do profissional.
Por isso, hoje, quero guiar vocês na construção de um projeto fascinante e de extrema utilidade: a antena direcional de três elementos, ou, como é popularmente conhecida, a antena Yagi.
Para quem busca melhorar a performance em transmissões e recepções de sinais de rádio, a antena Yagi é um componente essencial.
Sua principal característica é a capacidade de concentrar a potência do sinal em uma única direção, o que não apenas aumenta o alcance da comunicação, mas também elimina ruídos e sinais indesejados vindos de outras direções.
É a solução perfeita para quem precisa de clareza e eficiência em suas comunicações.
Entender a teoria por trás da construção de antenas é o primeiro passo para o sucesso.
As antenas Yagi funcionam com base em três elementos principais: um dipolo, um refletor e um diretor.
O dipolo é o elemento motor, onde o sinal é injetado. O refletor, posicionado atrás do dipolo, reflete a energia de volta, reforçando o sinal.
Já o diretor, posicionado à frente, direciona a energia de forma ainda mais concentrada.
Essa interação entre os elementos é a mágica por trás do ganho e da direcionalidade que tanto buscamos.
Antes de pegar a primeira ferramenta, a parte mais crucial do nosso projeto é o cálculo preciso das dimensões.
A eletrônica é uma ciência exata, e cada milímetro faz a diferença.
O ponto de partida é a frequência em que a antena irá operar.
A fórmula que utilizo e que é a base do nosso trabalho é:
Comprimento de Onda (em metros) = 300 / Frequência (em MHz)
Vamos usar como exemplo a frequência central de 146 MHz, popularmente utilizada na faixa de radioamador.
Aplicando a fórmula, obtemos um comprimento de onda de 2,055 metros.
Com esse valor em mãos, podemos calcular o tamanho de cada elemento:
Dipolo (elemento motor): O dipolo tem o tamanho exato da metade do comprimento de onda, corrigido por um fator de velocidade de 0.95.
Para a nossa frequência de 146 MHz, o comprimento calculado é de 97,6 cm, com cada uma de suas duas hastes medindo 48,8 cm.
Refletor: O refletor é aproximadamente 5% maior que o dipolo.
Isso significa que ele deve ter um comprimento de 107,8 cm para o nosso projeto.
Diretor: O diretor é cerca de 5% menor que o dipolo, o que o torna ideal com um comprimento de 92,7 cm.
O espaçamento entre os elementos é tão importante quanto o seu comprimento.
O segredo para um bom desempenho está em posicionar o refletor a 51 cm do dipolo e o diretor a 26 cm do dipolo. Lembrem-se, precisão é tudo!
Para facilitar a sua visualização e para que você possa acompanhar cada passo em detalhes, preparei um vídeo completo sobre este projeto.
Ele será incorporado no final deste artigo para que você possa ver a montagem na prática.
Se você ainda não conhece o nosso trabalho, convido-o a visitar o nosso canal no YouTube, o Canal Ibytes Brasil: https://www.youtube.com/@IbytesBrasil, e se aprofundar em mais projetos como este.
Para a construção física, recomendo o uso de tubos de alumínio.
Eles são leves e duráveis, ideais para resistir às intempéries. Lembre-se, cada detalhe importa.
A qualidade do material, o diâmetro dos tubos, tudo isso contribui para o resultado final.
A experiência me mostrou que tubos de 7 a 12 mm de diâmetro funcionam muito bem.
Finalizo este artigo com um alerta importante: atenção à escolha do cabo coaxial.
Rádios costumam ter uma saída de 50 ohms, então certifique-se de que seu cabo também seja de 50 ohms.
Usar um cabo de 75 ohms pode comprometer seriamente o desempenho da sua antena.
Eu sou o tipo de pessoa que adora colocar a mão na massa, e sei que você também é assim.
Juntos, vamos construir projetos que nos dão a alegria de ver a eletrônica funcionando em tempo real.
Continue explorando, aprendendo e construindo. O mundo da eletrônica é infinito.